The Cross and Criticism/pt

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Revision as of 21:50, 29 June 2009 by Kathyyee (Talk | contribs)
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DIA 28 DE JANEIRO DE 1986, A ESPAÇONAVE CHALLENGER e sua tripulação embarcaram numa missão para ampliar os horizontes educacionais e promover o avanço do conhecimento científico. O objetivo mais impressionante da missão da Challerger 51-L era a ministração de aulas a partir do espaço pela professora Christa McAuliffe. Uma aula foi de fato transmitida, mas não a que se esperava.

Apenas 75 segundos após a largada, dá-se a tragédia. Diante de telespectadores do mundo todo, a espaçonave de repente explode, desintegrando a cabine juntamente com a tripulação. Os destroços de metal, sangue e ossos é lançado ferozmente contra a terra, junto com a glória da nação americana.

O que dera errado? Essa era a pergunta que todos faziam e não podia calar. Enquanto equipes de exploradores examinaram os destroços da aeronave, a causa específica foi logo encontrada. O problema residia nos anéis-O (lacres circulares de borracha), que tinham sido projetados para se encaixar ajustadamente nas conexões das partes do motor de arranque. Evidentemente, os anéis-O tinham se tornado defeituosos sob condições adversas, e a falha mecânica decorrente conduziu à tragédia. Mas essa foi toda a história?

Por fim a verdade veio à tona. O The New York Times publicou com toda a franqueza: a causa máxima do desastre envolvendo a espaçonave foi o orgulho. Um grupo de gerentes de elevado escalão não quis dar ouvidos às advertências, ao conselho e às críticas oferecidos pelos subordinados que estavam preocupados com a confiabilidade operacional de certas peças do motor de arranque sob condições anormais de desgaste. Basta você pensar: ter dado ouvidos à crítica teria salvado sete vidas.

Como pastor, líder de igreja e palestrante do Peacemaker Ministries [Ministério Pacificador], sou abençoado com a oportunidade de ministrar a pessoas e congregações em conflito. Dentre as muitas coisas que acabei por aprender, está o papel central que o ato de dar e receber crítica desempenha num conflito intenso. Mais que isso, porém, aprendi que o remédio maravilhosamente providenciado por Deus requer de nós que retornemos à cruz de Cristo. Para nossos propósitos aqui, quero que examinemos o problema de aceitar a crítica.

A dinâmica de se defender contra a crítica

Antes de tudo, deixe-me definir o que quero dizer com crítica. Estou usando crítica em sentido mais amplo, como qualquer juízo feito sobre você por outra pessoa que declare que você não atingiu determinado padrão. O padrão pode ser de Deus ou do homem. O juízo pode ser verdadeiro ou falso. Pode ser dado educadamente, com o objetivo de corrigir, ou asperamente e de um modo condenatório. Pode ser dado por um amigo ou por um inimigo. Qualquer que seja o caso, porém, é um juízo ou crítica sobre você, segundo o qual ou a qual você não atingiu determinado padrão.

Como quer que ela nos chegue, a maioria de nós concordará que não é fácil de aceitar a crítica. Quem de nós não conhece alguém com quem precisamos tomar cuidado especial em nossos comentários para que essa pessoa não exploda em reação a nossas correções e sugestões? Infelizmente, como viajo pelos Estados Unidos como um todo, sempre ouço a história de que muitas pessoas jamais ousariam confrontar ou criticar seu pastor ou líder por medo da retaliação. Muitos simplesmente procuram outra organização em que possam trabalhar ou outra igreja a que possam freqüentar.

Aliás, você não ouviu falar de líderes que escolhem para cercá-los aquelas pessoas que “pegam mais leve com eles”? Quantas vezes você foi advertido de “pisar em ovos” com determinada pessoa?

Por mais triste que seja um comentário como esse, essas pessoas não são muito diferentes de mim. Eu também não gosto de crítica. Qualquer crítica me é difícil de aceitar. Eu preferiria mil vez ser elogiado a ser corrigido, exaltado a ser repreendido. Preferiria julgar a ser julgado! E não me parece que estou sozinho nisso. Quanto mais escuto as pessoas, mais ouço a dinâmica da defesa contra a crítica. No aconselhamento, observo até com certo divertimento os casais desviarem do ponto central para debater quem disse o quê, quando e onde. Ou quando as pessoas, ao contar uma história, ficam voltando para se lembrar se foi terça ou quarta que fizeram determinada coisa.

Por que gastamos tanto tempo e energia patrulhando essas moscas com marreta? Por que nossos corações e mentes se engajam tão instantaneamente e nossa emoções irrompem com tanto vigor em defesa de nós mesmos? A resposta é simples. Essas questões não são de menor monta ou insignificantes. Defendemos aquilo que para nós tem muito valor. Pensamos que é nossa vida que estamos salvando. Cremos que algo muito maior será perdido se não usarmos todos os nossos meios para recuperá-lo. Nosso nome, nossa reputação, nossa honra, nossa glória. “Se eu não deixar claro que eu fui mal-interpretado, citado sem exatidão ou falsamente acusado, então os outros não vão saber que eu estou certo. E se eu não deixar claro que eu estou certo, ninguém vai fazer isso por mim. Eu serei alvo de chacota e de condenação aos olhos dos outros.”

Você percebe aqui o ídolo do eu? O desejo de autojustificação? Mas os ídolos têm pernas. Por causa desse profundo desejo idólatra de autojustificação, a tragédia da nave espacial é reencenada vez após vez nos nossos relacionamentos. Ela destrói nossa capacidade de ouvir e aprender, e nos conduz às discussões.

Assim, por amor ao nosso orgulho e tolice, escolhemos sofrer a perda de amigos, cônjuge ou queridos. Parte dessa destruição se dá em forma de um um frágil trégua. Toleramos uma guerra fria. Fazemos as pazes falsamente. Imploramos que as pessoas somente toquem em assuntos de pouca significância para a melhoria da nossa alma. Espalhamos minas no território e desafiamos o outro que explodiremos em ira se ele simplesmente levantar o assunto proibido do meu erro, do meu equívoco ou do meu pecado.

É assim que igrejas se dividem e facções se desenvolvem. Nós nos cercamos com homens “amém” —pessoas decididas a jamais nos desafiar, nos aconselhar ou nos criticar. No entanto, enquanto buscamos nos defender contra as críticas, encontramos as Escrituras ensinando algo diferente.

O elogio da crítica

A capacidade de ouvir a correção ou a crítica e atentar para ela é exaltada na Escritura, sobretudo em Provérbios. Ser ensinável, capaz e desejoso de receber correção é a marca do sábio. E o pai ou mãe sábio encorajará essa atitude em seus filhos e filhas, além de a modelar.


O caminho do insensato parece-lhe justo, mas o sábio ouve os conselhos. (Pv 12.15).

O orgulho só gera discussões, mas a sabedoria está com os que tomam conselho (Pv 13.10).

A repreensão faz marca mais profunda no homem de entendimento do que cem açoites no tolo (Pv 17.10).


Não somente a capacidade de tomar conselho, correção e repreensão é considerada a marca do sábio, mas também a incapacidade de fazer tais coisas é considerada a marca do tolo. Mas tanto o sábio quanto o tolo colhem de acordo com a capacidade deles de aceitar a crítica:

Quem zomba da instrução pagará por ela, mas aquele que respeita o mandamento será recompensado (Pv 13.13).

Instrua o homem sábio, e ele será ainda mais sábio; ensine o homem justo, e ele aumentará o seu saber (Pv 9.9).

Quem recusa a disciplina faz pouco caso de si mesmo, mas quem ouve a repreensão obtém entendimento (Pv 15.32).

Existe lucro em aceitar a crítica. Não admira que Davi exclamasse em Salmos 141.5 (RA): fira-me o justo —isso será para mim uma benignidade; repreenda-me —isso será para mim como óleo sobre a minha cabeça. Davi sabe o lucro que há em adquirir sabedoria, conhecimento e entendimento. Ele sabe que as repreensões são benignidade, bênção e honra. Pergunte a você mesmo: é assim que você encara uma repreensão? É assim que recebe a crítica, a correção ou o conselho? Você quer enxergá-los dessa forma?

Como partimos de uma sempre rápida defesa de nós mesmos contra toda e qualquer crítica para nos assemelharmos a Davi, que via a crítica como um ganho? A resposta é: entendendo tudo o que Deus afirma sobre nós na cruz de Cristo, além de crer nessas afirmações e as confirmar.

Paulo resumiu isso quando disse: “fui crucificado com Cristo”. O crente é aquele que se identifica com toda a afirmação e condenação de Deus na crucificação de Cristo. Na crucificação de Cristo, Deus afirma toda a verdade sobre ele mesmo: sua santidade, bondade, justiça, misericórdia e verdade conforme reveladas e demonstradas em seu Filho Jesus. De igual forma, na cruz, Deus condena a mentira: o pecado, o engano e o coração idólatra. Ele condena a minha pecaminosidade bem como meus pecados específicos. Vejamos como isso se aplica ao ato de dar e receber crítica.

Em primeiro lugar, na cruz de Cristo, concordo com o julgamento de Deus a meu respeito

Vejo-me como Deus me vê: um pecador. Não há como escapar da verdade: “... Não há nenhum justo, nem um sequer...” (Rm 2.9-18). Em resposta ao meu pecado, a cruz me criticou e me julgou mais intensa, profunda, abrangente e verdadeiramente que a crítica de qualquer outra pessoa. Esse conhecimento nos permite afirmar diante de todas as demais críticas a nosso respeito: “Essa crítica é apenas uma fração da crítica suprema”.

Maldito todo aquele que não persiste em praticar todas as coisas escritas no livro da Lei (Gl 3.10).

Pois quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente (Tg 2.10)

Pela fé, afirmo o juízo de Deus a meu respeito, de que sou um pecador. Creio também que a resposta ao meu pecado reside na cruz.

Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive... (Gl 2.20).

Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado (Rm 6.6).

Se há alguma coisa que a cruz diga, ela fala sobre o meu pecado. A pessoa que diz “fui crucificado com Cristo” é uma pessoa bem consciente de sua pecaminosidade. Você nunca vai acertar na vida por seus esforços próprios, desacompanhados de auxílio, porque todos os que descansam na observância da lei estão debaixo de uma maldição: “Maldito todo aquele que não persiste em praticar todas as coisas escritas no livro da Lei” (Gl 3.10). Assim, a cruz não apenas nos critica ou julga; ela nos condena por não cumprirmos todas as coisas escritas na lei de Deus. Você crê nisso? Você sente a força dessa crítica? Você consegue mensurar a abrangência do juízo de Deus?

A pessoa crucificada também sabe que não pode se defender contra o juízo de Deus, tentando contrabalançar seu pecado com as boas obras. Pense neste fato: quem quer que guarde toda a lei e ainda assim tropece num só ponto é culpado de quebrar toda a lei (Tg 2.10). Afirmar-se cristão significa concordar com tudo o que Deus diz sobre nosso pecado. Na qualidade de “crucificados com Cristo”, admitimos o juízo de Deus contra nós, concordando com ele e o aprovando. Não há nenhum justo, nenhum sequer (Rm 3.10).

Em segundo lugar, na cruz de Cristo, concordo com a justificação de Deus para mim

Não somente devo concordar com o juízo de Deus na cruz de Cristo a meu respeito, como pecador, mas preciso também concordar com a justificação de Deus para mim também como pecador. Por meio do amor sacrificial de Jesus, Deus justifica ímpios (Rm 3.21-26).

A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim (Gl 2.20).

Meu objetivo é gloriar-me na justiça de Cristo, não na minha.

... ninguém será declarado justo diante dele [de Deus] baseando-se na obediência à Lei... (Rm 3.20)

. ... justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem... (Rm 3.22)

O orgulho gera discussões, diz Salomão. As discussões ou brigas geralmente se dão em torno de querermos saber quem está certo. As discussões surgem em nossa exigência idólatra de autojustificação. Mas não se eu estiver aplicando a cruz. Pois a cruz não penas declara o veredicto de Deus contra mim como pecador, mas sua declaração de justiça pela graça por meio da fé em Cristo. A cruz de Cristo me faz lembrar que o Filho de Deus me amou e se deu por mim. E por causa disso Deus me aceitou em Cristo completamente e para sempre. Eis como a graça opera: Cristo nos redimiu da maldição da lei tornando-se maldição por nós, pois está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro”. Ele nos redimiu a fim de que a bênção dada a Abraão pudesse vir aos gentios por meio de Jesus Cristo, de modo que pela fé pudéssemos receber a promessa do Espírito (Gl 3.13s.).

Que firme alicerce para a alma! Agora, não pratico a autojustificação, mas me glorio —glorio-me na justiça de Cristo a meu favor.

Se você de fato leva isso a sério, todo o mundo pode se posicionar contra você, denunciá-lo ou criticá-lo, e você poderá responder: “Se Deus me justifica, quem pode me condenar? Se Deus me justifica, aceita e jamais me abandonará, então por que me sinto inseguro e temo a crítica? Cristo levou os meus pecados, e eu recebo seu Espírito. Cristo leva minha condenação, e eu recebo sua justiça”.

As implicações de lidarmos com a crítica

À luz do juízo e da justificação de Deus sobre o pecador na cruz de Cristo, podemos começar a descobrir como lidar com toda e qualquer crítica. Ao concordar com a crítica de Deus sobre mim na cruz de Cristo, posso enfrentar qualquer crítica que os homens possam apresentar contra mim. Em outras palavras, ninguém pode me criticar mais que a cruz. E a crítica mais devastadora acaba por revelar-se a mais maravilhosa misericórdia. Se você sabe que foi crucificado com Cristo, então você pode responder a qualquer crítica, mesmo a equivocada ou hostil, sem amargura, defesa ou transferência de culpa. Tais respostas tipicamente exarcebam e intensificam o conflito e levam à ruptura de relacionamentos. Você pode aprender a ouvir a crítica como algo construtivo e não condenatório porque Deus o justificou.

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