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A conversão consiste em um pecador ser levado, verdadeira, inteligente e sinceramente a unir-se e sujeitar-se à vontade revelada de Deus no que diz respeito à sua salvação.

No momento da conversão, é produzida, na consciência do pecador, convicção de pecado, e um conhecimento da verdade de Deus é concedido à sua compreensão. O pecador é conduzido ao seguinte ponto: chega a uma decisão final que envolve, de imediato, uma firme aprovação do entendimento, em um ato de fé, e um total consentimento de sua vontade, em um ato de escolha deliberada. Ele se rende ao poder da verdade de Deus. Submete-se à vontade revelada de Deus no que se refere à sua salvação. O homem é convencido de que é um grande pecador e de que Cristo é um grande Salvador, designado pelo próprio Deus, qualificado por causa da dignidade de sua natureza divina, da ternura de sua compaixão humana e da eficácia de sua obra meritória, ao salvar com toda a soberania todos os que se achegam a Deus por meio dEle, que é um Salvador apresentado... a cada pecador, na doutrina geral do evangelho, o qual declara o amor voluntário e inefável de Cristo em sua chamada universal. O pecador, tomando este evangelho como garantia, vem a Cristo, une-se a Ele, recebe-O em toda a plenitude de seus ministérios e rende-se sem reserva às mãos do Salvador, para ser lavado, justificado e santificado de acordo com os termos da aliança eterna. Isto é a conversão. Isto assegura a salvação de um pecador, e nada menos do que isto pode assegurá-la.

Deve haver uma anuência inconfundível à chamada do evangelho, uma resolução final; primeiro, por parte do entendimento; depois, por parte da vontade... crendo ser absolutamente certo que Jesus é o Cristo, o único mas todo-suficiente Salvador, devemos nos unir a Ele conforme Ele é revelado para nós no evangelho e crer nEle como a nossa única salvação e único desejo (2 Sm 23.5). Não basta que sejamos ocasionalmente convencidos do pecado; isso aconteceu com Caim, Herodes e Judas. Também não basta adquirirmos algum conhecimento teórico da verdade divina; Agripa tinha esse conhecimento e quase foi persuadido a tornar-se cristão. Simão, o mágico, também fez uma profissão de fé suficiente apenas para seu batismo, mas, apesar disso, permaneceu “em fel de amargura e laço de iniqüidade” (At 8.23). A conversão envolve muito mais: envolve uma união real, intencional e sincera com Cristo, em seu caráter revelado, e uma entrega de nossa alma às suas mãos. É uma mudança radical no coração, pela qual o pecador é levado, de fato, a unir-se ao Salvador. É possível que, antes, o pecador tenha sido atribulado em sua consciência, comovido em suas afeições e, até certo ponto, instruído nas verdades de Deus. Mas até ao momento da conversão ele hesitou, demorou-se e duvidou. Não houve um acordo, o contrato não foi assinado, o ato decisivo não foi tomado. Porém, ele é trazido a determinado ponto: o assunto, há longo tempo em negociação, finalmente está decidido. Ele vê a magnitude da ruína iminente, o terrível risco de uma hora de atraso; e, ouvindo que Cristo, somente Cristo, pode salválo, ele crê e vem a Cristo, deliberada e solenemente, para confiar sua alma às mãos dEle e recebê-Lo como seu próprio Salvador.

Esse ato decisivo de unir-se a Cristo e sujeitar-se à vontade revelada de Deus no que diz respeito a nossa salvação, embora, a princípio, talvez pareça muito simples e fácil, inclui em si, entendo eu, tudo que é essencial à conversão salvífica ou que é, conforme dizem as Escrituras, essencial para acompanhá-la ou para fluir dela. Que o pecador una-se a Cristo em seu caráter bíblico ou, em outras palavras, que ele tenha compreensão correta de Cristo como Ele é revelado no evangelho e creia nEle sinceramente... como seu próprio Salvador, em toda a plenitude de seus ofícios. A partir desse momento, o pecador é, de fato, um homem convertido, embora seu conhecimento e experiência em muitos outros aspectos sejam incompletos. Ele já experimentou tudo que está envolvido nessa grande mudança; e aparecerão as demais conseqüências que fluem apropriadamente da conversão.

Esse ato decisivo significa [o seguinte]:

1. que ele acredita que Jesus é o Cristo. Em outras palavras, ele crê que o Jesus que foi crucificado no monte do Calvário é o Filho de Deus, manifestado em natureza humana como o Salvador dos pecadores e, como tal, cumprindo a vontade de Deus, agindo por sua autoridade e executando sua comissão. Ele foi ungido com o Espírito Santo como um profeta, para declarar a infalível verdade de Deus; como um sacerdote, para satisfazer a inflexível justiça de Deus; como um rei, para sujeitar o mundo ao governo de Deus. Ele foi, uma vez, o Cristo crucificado, mas agora é exaltado, investido de todo o poder e apto para salvar totalmente todo aquele que se achegar a Deus por meio dEle.

2. Esse ato decisivo de unir-se a Cristo em seu caráter revelado significa que o homem sente que é pecador. E, nesta condição, ele está condenado pela lei de Deus, exposto às ameaças de Deus, vivendo em perigo iminente da ruína eterna, enquanto não tem meios nem poder para salvar a si mesmo, mas depende de um Salvador.

3. Significa que o pecador está disposto, ou melhor, significa que lhe foi dada uma disposição para receber, pertencer e se submeter a Cristo como o Ungido de Deus e, no que diz respeito a todos os seus ofícios, como o Redentor do povo de Deus. De boa vontade, o pecador submete seu entendimento ao ensino de Cristo, recebendo de seus lábios a verdade e, com base em sua autoridade, como a infalível verdade de Deus. Ele concorda com a maneira de ser justificado, não por sua própria justiça, mas pela justiça de Cristo, buscando ser perdoado tãosomente pelo mérito do sangue de mérito do sangue de Cristo, derramado na cruz e aceito apenas por causa da eficácia de sua obediência meritória. De boa vontade, o pecador sujeita seu coração e sua vida à autoridade real de Cristo, a fim de que seu coração seja renovado e santificado pelo Espírito de Cristo e que sua vida seja governada e regulada pela lei de Cristo. Resumindo, o pecador está disposto a receber e aceitar um Cristo e uma salvação completos. Está disposto a render-se sem reservas — alma, corpo e espírito — às mãos de Cristo, para ser salvo e santificado, governado e conduzido, agora e eternamente, de acordo com os termos da aliança eterna.

Isto é uma conversão real, completa, que consiste, principal e essencialmente, no arrependimento e na fé, dons do Espírito que freqüentemente são usados juntos ou até separados, para mostrar a totalidade desta grande mudança. O arrependimento indica aquilo de que o pecador foi afastado; e a fé, a direção à qual ele se voltou. A conversão é o momento decisivo em que ele sai do caminho largo que leva à destruição e entra no caminho estreito que leva à vida. Então, ele escapa da ira vindoura e procura a Cristo como seu refúgio. Ele abandona o serviço ao pecado e segue a Cristo como seu Senhor. O pecador afasta-se da perdição e busca a salvação em Cristo. O arrependimento descreve sua conversão referindo-se principalmente àquilo de que ele se afasta, e a fé expõe, em primeiro lugar, a direção à qual ele se volta. Uma envolve a outra: não há arrependimento verdadeiro onde não existe fé, e não existe fé onde não há arrependimento. Ambos são produzidos na alma no momento da conversão pelo poder do Espírito Santo, que aplica a verdade como ela é em Jesus. A partir desta mudança radical de coração, flui uma mudança na vida exterior, uma transformação que procede de uma mente renovada. Primeiro, a árvore é tornada boa; depois, os frutos tornam-se bons também (Mt 12.33). A fonte é purificada, e o rio que dela emana também fica puro.

Nas Escrituras, a obra de produzir a fé verdadeira é citada com freqüência como equivalente a toda a obra de regeneração: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus” (1 Jo 5.1). E, outra vez: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.12-13). Neste versículo, todos os que realmente crêem são chamados de nascidos de Deus; e, como todo crente verdadeiro é um homem convertido, a obra de produzir a fé salvífica é equivalente à obra de regeneração.

Então, a fé deve ser autêntica e bíblica, conforme é exigida no evangelho; não é a fé que o apóstolo Tiago declara ser morta, e sim a fé bíblica, descrita nas Escrituras como uma crença bem fundamentada que descansa no testemunho seguro de Deus. [Deve ser] uma crença positiva, não uma mera negação ou ausência de descrença, nem uma opinião incerta e inconstante, mas uma convicção completa da mente. [Deve ser] uma crença inteligente que difere da ignorância cega e envolve uma percepção do significado da verdade de Deus; uma crença abrangente e completa, que inclui todo o conhecimento essencial sobre o método da salvação. Esta crença envolve uma compreensão bíblica de Deus e de seu verdadeiro caráter e de Cristo em sua pessoa como Emanuel; envolve a plenitude de seus ofícios como Mediador, sua grande obra planejada e terminada e inclui a compreensão de nós mesmos como culpados, depravados e expostos a uma sentença de justa condenação. Esta crença, que está fundamentada no testemunho de Deus e envolve discernimento espiritual de sua verdade; é um princípio vital, ativo e eficiente, que submete a vontade a uma postura condescendente para com o chamado de Deus e desperta emoções apropriadas de reverência, temor, complacência, deleite, amor e alegria, renovando, transformando, purificando a alma e realizando uma mudança completa em todos os nossos hábitos.

Produzir esta fé real, viva e santificadora é a grande obra do Espírito na conversão e envolve ou produz uma mudança universal em todas as habilidades de nossa natureza. E logo que esta fé é implantada na alma do pecador, ele se torna um novo homem, a verdade de Deus é recebida pela fé, renovando seu entendimento, sua consciência, sua vontade, suas inclinações e afeições: “As coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17).

Então, cada crente, de acordo com o sentido evangélico desse termo, é nascido de novo. Em outras palavras, ninguém é um crente, se não é regenerado... A regeneração propriamente consiste na obra de produzir uma fé salvífica. Mas esta deve estar em harmonia com a fé que o evangelho exige e descreve. Embora possa estar firmada no entendimento, envolve uma mudança em toda a nossa natureza moral e, especialmente, uma renovação da vontade. O entendimento é, no que se refere à ordem da natureza, a faculdade governante e principal da alma. É por meio da verdade crida sinceramente que a grande mudança é realizada.

Mas a verdade não é entendida nem crida apropriadamente, quando não produz nenhuma mudança no coração e nos hábitos do pecador. Este pode ler, falar e meditar sobre a verdade. Pode até aceitar algumas partes dela e retê-la com firmeza... mas a verdade substancial do evangelho de Cristo não pode ser realmente entendida e crida por um homem que permanece não-convertido...É verdade que um homem não-regenerado pode supor que crê; talvez nunca tenha duvidado da verdade geral da palavra de Deus; pode ter se aliado ao evangelho e, por meio de uma profissão pública ou da conversa particular, pode defendê-lo e confirmá-lo. Sim, ele pode até pensar coisas espirituais e ter muitas convicções em sua consciência que demonstram não ser ele completamente ignorante ou insensível. Apesar disso, entendo que, de acordo com a Palavra de Deus, nada pode ser mais claro do que o ensino de que essas impressões efêmeras podem ser experimentadas, freqüentemente, por um não-convertido e de que, se uma pessoa não é regenerada nem transformada pela fé, ela não possui a fé verdadeira, de maneira alguma..

Extraído de The Office and Work of the Holy Spirit, reimpresso por The Banner of Truth Trust.

James Buchanan (1804-1870). Ministro e teólogo da Igreja da Escócia; um escritor profícuo e popular. Famoso por suas obras The Office and Work of the Holy Spirit e The Doctrine of Justification. Nascido em Paisley, Renfrewshire, Escócia.

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